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sexta-feira, 17 de abril de 2015



MUSICA GOSPEL

O Nascimento

Thomas Dorsey foi um pianista de Blues que abandonou sua letra agressiva passando a tocar algo mais parecido com o Jazz, o que chamou de Gospel, mesmo assim a "igreja" da época não achou o estilo de Dorsey apropriado para tocar dento do santuário. Começou, então, uma saga impressionante. Thomas gravou, por conta própria, cerca de 500 cópias da música "If You See My Saviour" e distribuiu para congregações de todo os EUA, demorou bastante tempo (cerca de 3 anos) para que ele obtivesse alguma resposta, mas mesmo assim sua música ainda não era conhecida, muito pelo contrário, era alvo de muito preconceito. Thomas Dorsey trabalhou com nomes muito influentes na música congregacional como Sallie Martin, e aos poucos (depois de muita luta) viu o Gospel subir nos púlpitos.

História da Música Gospel






“Boas Notícias”
A palavra Gospel em resumo significa: “Boas Noticias”. O Gospel é mencionado no Novo e Velho Testamento. Apesar de simples, tem significado profundo; são os anúncios que Deus nos proporciona para seguirmos nosso caminho através da fé e sabedoria divina. “O remédio de Deus” entre outros significados. Muitas outras interpretações podem ser formuladas dentro do conceito de “Boa Notícia”. Fato de discussão entre os pastores até hoje. Em exemplo da complexidade da palavra esta a afirmação do Diácono Whrite a respeito: “Jesus era uma boa noticia ao mesmo tempo em que ela a trazia para os que necessitavam”.
A Música Gospel que conhecemos hoje é uma forma de música com profundas raízes na tradição dos escravos Afro-Americanos assim como nas musicas Africanas tradicionais. Suas fundações vieram dentro de um enorme choque cultural que, de uma maneira sofrida porem criativa, agregou a cultura Africana com as tradições Européias.
Os escravos e as Origens do Gospel.
 

Escolha dos escravos, Jacques Bnoit, 1839

O intenso tráfico de escravos que povoou o continente Americano, não trouxe apenas mão-de-obra; também trouxe uma nova e rica cultura, que veio moldar a sociedade e a historia da América, resultando, dentre outros aspectos, diversas formas de musica como o jazz, Blues e o Gospel.
Os escravos vinham de diversas partes da África, especialmente de três áreas: A primeira, era a Costa do Marfim, ocupados hoje pelo Senegal, Guiné e etc. Esta área era fortemente influenciada pela região islâmica. Musicalmente caracterizada pela presença de longas linhas melódicas, cantos ornamentados e instrumentos de corda. A segunda área era a floresta tropical; região hoje dos paises Ganza e Nigéria. Esta trouxe ritmos complexos e instrumentos grandes de percussão. A terceira é o Congo, região da Angola, que é caracterizada pela música vocal polifônica separada em solista e grupo vocal.
Cada um destes componentes trazia mais do que música. Dança, canto e dramatização eram parte na cultura e crenças Africanas. Lá havia uma música apropriada para cada momento das atividades tanto em sociedade quanto individual. Uma das formas mais importantes eram os Ritmos. O uso da percussão era também uma forma de comunicação entre diferentes vilarejos e usada em performances ritualísticas de celebração junto da dança e do canto. A música Africana é caracterizada por complexos póli-rítmos (dois ou mais ritmos diferentes, quando sobrepostos criam uma única batida musical) com uma batida forte. Diferente da música ocidental que é dividida em compassos rítmicos, esta segue um sistema aonde os ritmos vão sendo improvisados e alterados.
O conjunto destas características musicais provia bases para a criação de Coro e acompanhamento, conceito de cantor Solista e o estilo cativante, dançante e empolgante incorporadas na música Gospel. Um forte exemplo esta numas das principais características da musica africana onde se encontrava um improviso melódico e textual entre o coro e o solista. O solista canta uma frase que é repetida ou respondida pelo grupo; freqüentemente o grupo era apoiado por comentários em voz alta vindos da audiência.
A Religião Ocidental e o Spirituals
Houve muitas tentativas de destruir a cultura dos escravos, misturando tribos e introduzindo os escravos a uma nova cultura. As maiorias dos escravos foram levados para todo centro e sul dos Estados Unidos para trabalharem, entre outras atividades, nas plantações. O escravo não trazia nada para o novo continente exceto suas lembranças. Uma das únicas coisas que todos os escravos tinha em comum eram a música. A principio, os escravos eram proibidos de praticar suas músicas ou tocar instrumentos de percussão. Eles o faziam em segredo, escondidos durante a noite, após trabalhar na plantação, ou longe dos ouvidos dos seus donos.
 

Negros cantando na colheita de algodão, 1885
Com o tempo muitos donos de escravos perceberam que eles trabalhavam melhor se os deixassem cantar durante suas atividades, e acabaram permitindo sua música.
 Estas canções -chamadas de “canções de trabalho” serviam inicialmente para aliviar o sofrimento causado pelo árduo trabalho sob o sol castigante, abusos, discriminação e toda a forma de opressão da sociedade. Conforme o tempo foi passando os escravos foram sendo cada vez mais integrados ao novo mundo. 
Como resultado do choque cultural, eles começaram a mesclar suas heranças musicais africanas com suas novas influências Européias. Esta mistura mudaria mais tarde o cenário musical no mundo. A religião Cristã, a Língua inglesa e a tradição da igreja Anglo-Saxônica formaram um novo tipo de crença e esperança.
Os Spirituals
  Partituras Originais do Spirituals Deep River-1915
Quanto mais catequizados eles eram, mais religiosa eram suas musicas. As “canções de trabalho” originaram os Spirituals. Tinham o mesmo aspecto, porém com conteúdo bíblico. As mensagens Cristãs assim como passagens da Bíblia mostravam grande semelhança com a vida dos escravos. Eles se identificavam com passagens como a de Moisés e o povo de Israel. Assim como outros ensinamentos da Bíblia, a libertação do Povo para a terra prometida por Deus inspirava os escravos e suas canções. Em exemplo esta a canção Deep River, que mostra como os escravos oprimidos sonhavam com uma vida melhor:
"Deep river, my home is over Jordan, Deep river, Lord, I want to cross over into campground, Oh, don’t you want to go to that gospel feast, That promised land where all is peace? O don’t you want to go to that Promised Land where all is peace?"
“Rio profundo, minha casa esta alem do Jordão. Rio profundo, Senhor, Quer atravessar os campos, Oh, você não quer ir para aquele paraíso? Aquela terra prometida onde tudo é paz?”
  Partituras Originais do Spirituals Deep River-1915


Alguns Spirituals eram criados durante o trabalho nos campos, outros durante os trabalhos serviçais ou à noite após o árduo dia de trabalho quando os escravos se encontravam. Centenas de escravos se juntavam à noite durante estes encontros para ouvir as pregações da palavra de Deus. Algumas vezes um pastor negro viajava espalhando a palavra entre os escravos.
Os cultos eram diferentes dos tradicionais cultos dos brancos naquela época. A congregação era barulhenta, ativa, e ficava todo tempo respondendo aos comentários do pastor com “Amem, Sim Isso Mesmo, Certamente, Rezai-vos, Sim Senhor!” Etc. O pastor dava o sermão de uma forma rítmica e exaltada. Quanto mais empolgados eram os comentários, mais inspirado ficava o sermão. Eventualmente o pastor ou algum membro da congregação começava a cantar palavras do sermão ou versos da Bíblia. Instantaneamente outros membros da congregação se emocionavam e se envolviam. Logo todos estavam cantando e dançando.
 
Qualquer instrumento que estivesse à mão era usado na música. Assim nascia um Spirituals. Algumas canções eram esquecidas no dia seguinte e outras eram passadas de geração para geração. Como exemplo estão as cançõesGo Down Moses, Down by the Riverside, Go Tell it on the Mountain, Swing Low Sweet Chariot, Joshua Fit the Battle of Jericho. Etc.
O Surgimento da Musica Gospel
A base do tradicional Gospel Americano veio dos Spirituals, que descendia diretamente do formato Africano de pergunta e resposta entre o solista e a congregação. Musicalmente, os Spirituals misturaram os hinos ocidentais e as raízes musicais da África.  Estas influências se transformaram em um rico pote de possibilidades musicais. Basicamente, os escravos improvisavam entre os antigos hinos mudando as canções de acordo com suas necessidades e propósitos. Criavam novas e diferentes canções sobre os antigos hinos clássicos.


A tradição da adoração da musica continuava, os significados do contexto bíblicos iam cada vez mais além da musica. Conforme as palavras de um pastor negro da igreja pentecostal: “As palavras podem ser relevantes. A congregação quer ouvir coisas relacionadas com as situações da vida real. Eles querem adorar o que é vibrante e entusiasmaste. Se uma igreja conseguir dar sua mensagem, sua música, seus princípios; as pessoas responderão”.
Por um longo período os Spirituals foram considerados pelos brancos como “Inúteis canções de Negros”. A cultura Afro-Americana tinha pouca atenção. Com a abolição da escravatura em 1865, os negros tiveram melhores condições para praticar suas religiões e conseqüentemente sua música.
(ilustração chapel.jpg – )
Sermões eram pregados em grandes encontros nas imediações das novas cidades da América do Norte. As comunidades negras pentecostais das Igrejas se multiplicavam. No começo do século XX, com o aumento do numero de igrejas negras no sul da América do Norte, os escravos levaram suas músicas e Spirituals enchendo-as com inspiradas Ritos. Ao lado das instituições nacionais organizadas, os guetos de negros tinham igrejas independentes como Atlanta's Highway e Hedges Fire Baptized ou Chicago's Widow's Mite Holiness. A igreja negra se tornou escola de musica, formando talentosos músicos e levado o desenvolvimento da musica Americana um passo adiante. O que conhecemos hoje como MÚSICA GOSPEL surgiu com os Spirituals praticados dentro igreja negra.

partitura original de Musica Gospel

Durante as décadas seguintes, ao final Guerra Civil americana, os brancos começaram a perceber a importância dos Spirituals, este formato de musica começou a ganhar reconhecimento entre as pessoas fora das comunidades Afro-Americanas. As igrejas negras pentecostais do sul promoveram uma lenta, mas firme transformação da musica. Os passos definitivos para a chamada Música Gospel se deram com a grande migração para as cidades do norte como Chicago e Nova York logo após a 1a Guerra Mundial.
típicas capelas gospel do começo do século XX
Thomas Dorsey, o pai da música Gospel.
O formato dos Spirituals então evoluíram na Musica Gospel. Da mesma forma que surgiu os Spirituals surgiram o Jazz e o blues. Estes estilos mais tarde seriam incorporados na música gospel, deixando-a com o formato mais parecido com o que é encontrado hoje.
Thomas Dorsey teve papel fundamental na criação e disseminação da musica Gospel. Thomas, nascido em 1899, filho de pastor Batista; aprendeu piano com sua mãe. Graduou-se na Escola de Arranjo e Composição de Chicago em meados de 1920. Começou a tocar piano em bares e em bandas de jazz usando o nome George Tom. Logo se destacou pela sua criatividade e dedicação, compôs e gravou músicas que viraram hits na época; e em 1928 havia escrito mais de 460 canções de Rythm and Blues e Jazz.
No Ano seguinte resolveu se dedicar ao Senhor, incorporando os elementos do Blues e Spirituals nos hinos cristãos.

Thomas Dorsey ao Piano
  A mistura, a qual denominou Gospel, fez instantâneo sucesso cujo apelo rompia barreiras raciais. Desencorajado e desacreditado em seus esforços para publicar e vender suas músicas através das editoras que relutavam em publicar musica negra, Dorsey foi o primeiro editor independente da musica Gospel criando a Casa Dorsey de Músicaem Chicago no ano de 1932. Pouco tempo antes ele havia formado a Convenção Nacional de Coros e Corais Gospel. Sua mais famosa musica foi “Precious Lord, Take my Hand”. Um sucesso nacional em ambos círculos raciais.
Porém, as Igrejas conservadoras demoraram em aceitar esta mistura que originava o Gospel. Nem tanto pela duvidosa reputação do blues, mas principalmente pela excitação que a música Gospel trazia para a congregação. Surgiu então um conflito entre duas visões sobre o papel da igreja na sociedade Afro-Americana. Um segmento via uma instituição com uma cultura Afro-americana distinta; o outro via a igreja como meio no qual os Afro-Americanos assimilariam em primeiro plano a Cristandade. No entanto o tradicional cedeu devido à aceitação e impressionante resposta da congregação ao novo Gospel, achando assim espaço para o novo e o antigo. Os ritos tradicionais eram mantidos e intercalados com as músicas. Mais tarde, Thomas foi um dos primeiros negros a ganhar prêmios por suas composições..
Entre as décadas de 1900 à1930, a música Gospel estava atribuída às mudanças sociais que aconteciam nos EUA. Muitos negros do sul começavam a mudar para outras partes dos EUA levando com eles o Gospel, que era sua forma de expressão.


O órgão Hammond e a Musica Gospel

A Música Gospel mostra o estilo exuberante de expressão física e vocal que caracteriza, além das canções, todas as atividades e encontros entre membros da congregação - Batista, Pentecostal entre outras. No começo do século 20, o estilo de canto usando vibrato era acompanhado apenas por palmas.Logo violões e banjos foram adicionados como base melódica para os cantores e pequenos corais. Assim como os Spirituals foram implementados com os hinos e estilos paralelos como o blues, a instrumentação passou a ter um papel maior. O Piano foi um instrumento importante, por servir de base de estudo e de pratica dos corais, se tornou o principal acompanhamento durante a década de 30. Na década de 40, a música gospel passou por mais uma mudança. Foi neste período que os grupos musicais gospel se organizaram e excursionaram pelos EUA.
Famoso Grupo Vocal: Sweet Singers of the Sunny South 1923
Havia uma forte demanda pela musica gospel também como forma de entretenimento. Após a Segunda Guerra Mundial os negros começaram a comprar discos fazendo surgir um novo mercado. Apenas ao final da Década de 40 é que o famoso órgão HAMMOND foi introduzido nas igrejas. A primeira igreja a ter um órgão Hammond foi a First Church of Deliverance; fundada em 1929 em Ilinois, Chicago; pelo Reverendo Clarence H. Cobbs foi a primeira congregação devidamente organizada. Também uma das primeiras igrejas negras a transmitir sermões e música Gospel através do radio. Esta igreja teve grande importância no firmamento da musica Gospel. Nela, Kenneth Morris, outro importante nome na editoração das musicas gospel, revolucionou ao introduzir o órgão Hammond na musica Gospel. Nela o piano e o órgão tocavam juntos, criando o acompanhamento ideal: o órgão sustentava os tons enquanto o outro atuava ritmicamente. Estes foram os únicos instrumentos que acompanhavam o Gospel servindo de padrão para todas as outras Igrejas até a década de 70.
Grupo Gospel: The Southland Singers 1938
O Hammond foi escolhido na época também por ser um instrumento alternativo e novo. Enquanto as igrejas Anglo-Americanas tinham apenas o piano ou o órgão de tubos, a igreja Afro-Americana desenvolvia uma identidade musical maior usando este então novo instrumento tão exuberante, excitante e vibrante quanto o Gospel. Não demorou muito para o órgão Hammond ser uma referencia do estilo.
Reverendo Cobbs e a feast Church of Deliverance
 órgão Hammond B3 com Caixa Leslie 122 ao fundo, no púlpito da Igreja
A Constante Evolução
Famosa soprano negra; Dorothy Maynor
Mesmo com o racismo o publico branco começava a consumir a musica negra Gospel, mesmo que fosse como forma de entretenimento apenas. Artistas como Aretha Franklin, Sam Cooke (do Soul Stirrers), Ray Charles, James Brown, Marvin Gaye, usavam de sua vivência do Gospel para criar novos estilos. Muitos destes novos estilos escandalizaram comunidades religiosas que observavam o uso comercial da musica Gospel com letras agressivas e conotações sexuais.
Elvis inspirado pela musica Gospel leva o estilo para o Rock n ’Roll
Durante a década de 50, vários pastores e grupos se tornaram famosos, gravando discos Gospel e excursionando pelo país. O talento dos interpretes Gospel chegavam à TV americana, festivais de jazz e casa de shows. Os cantores Gospel inspiraram os cantores de Rock n’ Roll exemlpo de Elvis Presley, Little Richard e Jerry Lee Lewis.
O Gospel Mudou mais ainda durante a década de 70 e 80 com o uso do sintetizador e a tecnologia. Outros estilos como hip-hop, Rock e até mesmo a musica erudita européia realimentaram o Gospel. Mesmo assim permanecem em muitos momentos os princípios e formatos vindo do Spirituals e do Blues. Assim como o Gospel absorveu outros estilos, estilos musicais foram criados através deles.
Ainda hoje há uma fome do publico em ouvir musica Gospel independente da cultura popular. Ainda há muito que se fazer na musica Cristã que junte o espírito e o corpo, não importando a ideologia da elevação espiritual. O que caracteriza o Gospel hoje é conseguir unir em uma única forma a o céu e a terra, a razão e a fé; política e religião. E o Melhor, expressar através do Gospel a totalidade da experiência entre corpo e Alma.

Famosos coro desde a década de 60: The Morgan Singers

 

A ORIGEM DA MUSICA GOSPEL- gênero nascido nas fazendas de escravos no sul dos Estados Unidos

A música gospel (do inglês “gospel”, ou seja, “evangelho”) é um gênero musical de origem afro-americana, nascido nas fazendas de escravos no sul dos Estados Unidos. Os escravos cantavam músicas religiosas com mensagens escondidas em suas letras. As mensagens poderiam conter informações sobre terrenos, quais estradas e rios evitar e números de homens patrulhando tais estradas e rios. Essas canções eram cantadas pelos escravos presos, durante a noite, quando se sabia que havia escravos em fuga a fim de orientá-los rumo ao norte livre. Esse costume continuou quando os escravos foram libertados invadindo igrejas e templos afro-americanos por todo os Estados Unidos.


O gospel em sua forma original era geralmente interpretada por um solista, acompanhado de um coro e um pequeno conjunto instrumental. Grandes intérpretes da música norte-americana começaram assim, como cantores de gospel nas igrejas. É o caso de Mahalia Jackson, Bessie Smith e Aretha Franklin, além de Ray Charles. O gospel ajudou a moldar toda a música negra dos Estados Unidos neste século: ragtime, blues e jazz. E foi também influenciado por ela, assumindo formas às vezes surpreendentes em se tratando de música religiosa. É o caso dos quartetos gospel, surgidos após a Segunda Guerra Mundial, com suas música gritada, sua dança cheia de sacolejos e roupas extravagantes. Nesta fonte foi “beber” o rock dos anos 50, desde Bill Haley e seus cometas passando por Jerry Lee Lewis e principalmente Elvis Presley.

Atualmente nos Estados Unidos e em outros países, o Gospel está incluído como uma categoria tradicional de música cristã.

Comercialmente e na forma que tem atualmente, a música cristã estourou nos Estados Unidos a partir dos anos 70. O rock, em mais uma volta da história, passa a ser o carro chefe da música cristã. Todavia, outros ritmos como o funk e o reggae também são por ela adotados. O que a define não é o gênero musical, mas a mensagem: justiça social, Cristo, ecologia, repúdio às drogas, harmonia entre os homens. Bandas como Stryper (heavy metal), de Los Angeles, tocam música cristã, ou Gospel. Grandes espetáculos se organizam por todo o país e cada vez mais emissoras de rádio criam programações gospel. Hoje o prêmio Grammy, considerado o Oscar da música, inclui a categoria gospel, além da música cristã premiar seus talentos com o Prêmio Dove Awards.

Na música cristã internacional destacam-se atualmente Michael W. Smith, os grupos Vineyard, Hillsong Music Australia, Kirk Franklin; e nos anos 90, os ministérios Hosanna!, Maranatha; as bandas Petra, Guardian, Bride; as cantoras Amy Grant, Crystal Lewis, entre outros.

Ainda na vertente metal, surguram bandas como: Tourniquet e Mortification que elevaram o “metal gospel” à categoria, segundo seus fãs, de grande qualidade.

O cenário do “rock cristão” teve como grande nome e destaque a banda Petra, dos Estados Unidos, umas das pioneiras do estilo em todo o mundo.
 O trabalho era árduo e para sentirem um pouco de alívio enquanto o
sol castigava a pele, eles entoavam canções de lamento, sons que eram produzidos pela alma sofrida, angustiada e cansada. Os negros não eram aceitos como seres capazes de dialogar com suas lideranças, assim desabafavam suas tristes emoções cantando.
Neste ambiente, nasceu o “Blues”. Uma música com característica melodiosa e triste, que tem a ver com o sentimento daquele povo traduzido em canções. Mais tarde esta música invadiu os templos, trazendo ao participante do culto, a certeza que suas orações, súplicas  e sermões eram aceitos por Deus.
Gospel, quer dizer “Evangelho”.
E o movimento no Brasil?
Desde que os Europeus começaram a Evangelizar o Brasil,  os missionários, trouxeram junto com a bagagem de ensinos bíblicos, os costumes do País de origem. Por exemplo, as gravatas, hábitos alimentares e na forma de cultuar e louvar com suas musicas. Ensinavam em todas as reuniões os hinos tradicionais e também os pequenos refrões, o que a gente chama de “corinhos”, para dar aos cultos um ar de alegria e também servir de atrativo para os novos adeptos da fé evangélica.
Aos poucos foram se organizando e sentiram necessidade de ter na língua portuguesa o “Cantor Cristão e a Harpa Cristã”, que acabou se tornando um hábito dentro das igrejas, durante os cultos.
O tempo foi passando e novos instrumentos começaram a ser introduzidos na liturgia do culto. Órgãos, pianos, violinos, aos poucos violões e as guitarras elétricas e quem diria, a bateria!
A musica dentro do templo passou a ser algo exclusivo dos corais, uma forma de reunir pessoas e mantê-las juntas o maior tempo possível, impetrando assim não só a musica, mas também os ensinamentos e a disciplina Cristã.
Com o surgimento de novos cantores, que se diferenciaram dos demais pela performance e qualidade  vocal, os mesmos começaram a buscar espaços e a registrarem suas musicas em vinil pelas gravadoras da época.
Com o passar do tempo a Musica Gospel Americana, ganhou espaço em televisões, rádios, teatros e praças publicas e assim, varias denominações contribuíram com a música Pop Americana e revelaram ao mundo, artistas como Ray Charles, Elvis Presley, Tina Turner, Stevie Wonder e tantos outros. Tudo era muito bem produzido e ainda é até hoje.
Com o Brasil Tri- Campeão de Futebol, a juventude Brasileira, começou a adotar um novo comportamento, pois o que ouviam nas rádios era uma boa musica chamada “Bossa nova”, com ritmos e harmonias diferentes, sem contar que a “Tropicália”, movimento da MPB, estava a todo vapor. Isto surtiu um enorme efeito dentro das igrejas, obrigando a moçada dos anos 70 a se contextualizarem, para que a sua musica e o evangelho ganhasse espaço nas escolas e fossem aceitos pela sociedade da época.
Com a chegada de novas tecnologias e informações, a juventude Cristã se viu obrigada a sair dos templos e fazer algo parecido com o que rolava pelo mundo afora. Porém como criar e fazer algo, sendo que a raiz musical impetrada na mente do povo Brasileiro era o Samba e seus derivados afro-culturais e claro, os enlatados que permeavam as rádios e Tvs nos mais variados estilos em busca de audiência.
Assim pintou no cenário evangélico Brasileiro o Grupo Elo, liderado por Jayrinho e Paulão que mais tarde com a morte do Jayrinho, veio a se chamar “Grupo Logos”. Eram canções que abençoavam e que deixou marcada uma geração. No mesmo embalo veio os “Vencedores por Cristo, o Milad, Feliciano Amaral, Luiz de Carvalho e tantos outros que não consigo mencionar”.
No cenário popular, os Beatles e os Rolling Stones, junto com Bob Dylan e tantos outros, faziam ecoar pelo planeta a marca de uma geração  Rock and Roll, que teve seu ápice no maior e mais cultuado festival musical já registrado na História da música, o lendário “Woodstock”. Era a rebeldia em cena, dando uma resposta ao conservadorismo e a  hipocrisia que vivia a sociedade Americana.
Como as coisas tendem a ser copiadas pra “ver se vai dar certo”, pipocaram por todo Brasil nos anos 70 e 80, grupelhos e bandinhas de garagem, que vieram a se tornar celebridades musicais no mundo artístico, tais como:  A Cor Do Som, Paralamas do Sucesso, Roupa Nova, Placa Luminosa, Rita Lee, Barão Vermelho, Raul Seixas, Inimigos do Rei, Nenhum de Nós, Legião Urbana, Kid Abelha, Camisa de Vênus, Capital Inicial e tantos outros…
Janires, um divisor de águas
Como fruto deste momento na história, chegou no cenário Cristão um  moço chamado “JANIRES”.
Estilo Hippie e com um passado bastante complicado e confuso, pois o mesmo estivera envolvido com Drogas e loucuras mil até se encontrar com Jesus e sua trajetória mudar completamente.
Assim, fundou o Grupo Rebanhão. Tocava de tudo um pouquinho, de Rock a Baião. Fez um belíssimo trabalho, deixando marcas profundas na nossa Cultura Musical Cristã, com letras inteligentes e ritmos modernos e contemporâneos. Quem de nós, Cristãos Brasileiros nunca ouviu esta canção? “Minha vida que era muito louca…Só faltei correr atrás de avião”…
Como tudo na vida tem seu tempo, em 1986, com a sua saída do Grupo Rebanhão, Janires mudou-se para a capital mineira, vindo a integrar e se tornar líder daquela que seria a sua ultima banda, a Banda Azul.
Orgulhosamente me tornei baixista e vocalista ao lado de Janires, Dudu Batera, Du Guita e Guilherme Praxedes. Éramos um quinteto fantástico. Nos tornamos resposta e referência para a Juventude Cristã da época. Desbravamos os “Brasis” existentes em cada Estado Brasileiro.Viajamos Brasil a fora, apresentando em Igrejas, Teatros, Faculdades, Praças e isto aumentava a cada dia, pois pintavam os convites para abrir novas frentes de trabalho. Milhares foram tocados pelo nosso ministério.
Entramos em estúdio no Rio de Janeiro em junho de 1987, gravamos nosso primeiro LP, Espelho nos Olhos, e antes que Janires visse o nosso trabalho se tornar vinil e ser adquirido pela juventude que conquistamos em todo Brasil, um acidente no dia 11 de janeiro de 1988, interrompe a carreira daquele, que tenho orgulho de dizer, foi o maior poeta musical da nossa geração.
Sem o grande líder musical, ficou difícil, mas assumimos o legado deixado por ele, dando continuidade ao Movimento Gospel Brasileiro, nos tornando a maior banda de gospel rock da época, incluindo no vocabulário musical cristão a palavra “Gospel”, para nos diferenciarmos dos demais e sermos aceitos com um pouco mais de facilidade pelo meio Cultural secular daquela época.
Assim começou o movimento Gospel Brasileiro. Após este período, a força desta musica  tomou conta das rádios e programas de TV, vindo do Estado de São Paulo  com os Grupos Oficina G3, Katsbarnéia com Brother Simion e Banda Resgate, do Rio veio o Novo Som, Banda e Voz, Sinal de Alerta, Altos Louvores e tantos outros.
(Obs.:De acordo com a minha visão e experiência no meio musical, aproveito pra deixar registrada  a minha gratidão a todos os Grupos e músicos que não mencionei, mas que sabem que tem o seu valor e importância na história de nossa musica e cultura Cristã). A obra não é nossa, é de Deus. E independente da nossa vontade ela continua. Peço a Deus que me dê forças, pra que eu possa ver a geração de meus e nossos filhos seguindo esta carreira que tão arduamente começamos.
Conceitos:
De acordo com o dicionário Aurélio, as palavras abaixo, são acompanhadas de seus respectivos  significados.
Adorador
Aquele que adora, Admirador.Rende culto.Reverencia.Ama extremamente.Idolatra.Tem grande predileção…
Levista
Membro da tribo de Levi entre os Hebreus. Sacerdote da antiga Jerusalem
Músico
Aquele que professa a arte da musica, compondo peças, tocando ou cantando.Aquele que pertence a Banda, Orquestras ou filarmônicas.
Artista
Pessoas que se dedicam a belas artes ou que dela faz profissão.Pessoa que revela sentimento artístico.Pessoas que revelam engenho ou talento no desempenho de suas tarefas.Pessoa que revela sentimento, ou gênio artístico.
O que é a arte?
Capacidade que tem o homem de pôr em prática uma idéia,valendo-se da faculdade de dominar a matéria.
Fonte: Gospel Minas – Por:  Moises Di Souza – Produtor Musical e Cultural

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